quarta-feira, 1 de julho de 2009

O surreal das marcas



O valor de uma marca ultrapassa, muitas vezes - para dizer a verdade, na maioria delas-, o mundo real. Edmur Celice, da MPM Propaganda, se mostrou surpreso com o último ranking da consultoria inglesa Interbrand, do grupo WPP, revelando que a Louis Vuitton tem valor mais de seis vezes superior ao da Ferrari e suas possantes máquinas vermelhas. Mas como a marca é aquilo que falam de nós quando não estamos presentes e principalmente onde se fala e quem fala, as malas, bolsas e acessórios Louis Vuitton brilham mais que as possantes máquinas italianas.
Uma história que começa em 1851, quando o jovem Louis Vuitton, passa a ser fornecedor das bagagens oficiais do imperador francês Napoleão III e da imperatriz Eugénie. Não demorou para que esse suíço residente em Paris, abrisse a sua loja, sinônimo elegância e, em se tratando de antigos baús de viagem, segurança, com cadeados produzidos artesanalmente e com segredo único. Tradição ainda mantida.
Em 1854, a Maison Louis Vuitton abriu as portas e as famosas iniciais ganharam histórias e histórias. Os produtos, como os demais do mercado de luxo, tornaram se objetos não tanto obscuros do desejo e prevalece a lei que faz deles aquilo que se sonharia ter.
A propaganda e a publicidade reforçam a intenção e essa lei do desejo, uma vez que mais importante que o consumidor tradicional - alguns até ganham produtos de presente para usá-los em festas e recepções onde pipocam flashes - é o potencial, aquele que não pode comprar um produto, mas o coloca na prateleira das intenções. E é do futuro que vivem as marcas.
O presente anda meio devagar. Eloysa Simão, que comanda o Fashion Rio, notou os efeitos da crise no mundo da moda. Mas, com olhos de lince, que tem especialmente quando se trata de lançar tendências, assegura que é a criatividade, a reciclagem e o uso de materiais alternativos o que irá assegurar a posição da moda no mercado futuro. Exatamente como fizeram as marcas que figuram no ranking da Interbrand, que há séculos aprenderam a lançar produtos mais acessíveis e tornar alguns inacessíveis para, com isso, permanecerem no topo. Não foi sem motivo que a poderosa e valiosa grife Armani apresentou Victoria Beckham como garota propaganda. Sonha marcar um golaço.


PRECIOSIDADES
(valor das marcas de luxo)

1 - Louis Vuitton - US$ 21,6 bilhões

2 - Gucci - US$ 8,2 bilhões

3 - Chanel - US$ 6,3 bilhões

4 - Rolex - US$ 4,9 bilhões

5 - Hermes - US$ 4,5 bilhões

6 - Cartier - US$ 4,2 bilhões

7 - Tiffany & Co - US$ 4,2 bilhões

8 - Prada - US$ 3,5 bilhões

9 - Ferrari - US$ 3,5 bilhões

10 - Bulgari - US$ 3,3 bilhões

Fonte: Interbrand

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